Juliana Rangel - O Globo
LONDRES e RIO - Hasteando a bandeira da sustentabilidade, poderosos fundos de investimento incorporaram em seus discursos temas que vão do aquecimento global a relações trabalhistas, usando seu poder de voto nas assembleias para interferir na atitude de grandes empresas. A estimativa é que eles já representem US$ 18 trilhões no mundo todo. O número é a soma dos recursos administrados por signatários dos Princípios para Investimentos Responsáveis (PRI, na sigla em inglês), iniciativa das Nações Unidas.
No Brasil, entre 304 gestoras de recursos existentes, apenas nove participam. Dos grandes bancos, somente Real Asset Management e Unibanco Asset Management. O Itaú está em fase de adesão. O maior avanço é de investidores institucionais, já que 18 dos maiores fundos de previdência complementar fechada, entre eles Previ e Petros, são signatários. Eles somam R$ 262 bilhões, ou 60% do mercado.
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No exterior, já há conquistas. A Henderson Global Investors, uma das maiores gestoras inglesas, com US$ 11,3 bilhões em fundos SRI (Investimentos Sustentáveis e Responsáveis, em inglês), conseguiu alterar o relacionamento da chinesa Suntech, de energia solar, com fornecedores. O jornal americano "Washington Post" denunciara que ela comprava placas solares de uma empresa que descartava lixo tóxico em solo chinês.
- Foi um choque. Vendemos nossas ações e iniciamos várias conversas, sugerindo que a Suntech fizesse auditorias em sua cadeia de fornecedores e adotasse exigências mínimas sob aspectos sociais e ambientais- conta Seb Beloe, diretor de Sustentabilidade e Investimento Responsável da Henderson.
Após as conversas, a Suntech concordou com a auditoria:
- Ainda não investimos, mas a Suntech já está aprovada para voltar aos nossos fundos.
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