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sexta-feira, 12 de junho de 2009
Quais são as caraterísticas de um líder sustentável?
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Dois novos estudos realizados pelo grupo de investimentos Ceres, o Environmental Defense Fund e o Center for Energy and Environmental Securityavaliam os maiores impactos que as mudanças climáticas poderiam ter em companhias globais e incentivam a Comissão Americana de Segurança (U.S. Securities and Exchange Commission – SEC) a estabelecer padrões para os relatórios de riscos relacionados ao clima.
Os dois novos estudos, um é profundo exame de 100 companhias globais em 2008, e outro um olhar longitudinal nos relatórios dos últimos 13 anos de 500 companhias listadas pela Standard & Poor"s, detalham quão lentamente algumas das maiores empresas reconhecem e montam planos para atenuar os impactos das Mudanças Climáticas nas suas operações.
No "Reclaiming Transparency in a Changing Climate" os grupos revisaram mais de 6.000 relatórios SEC das empresas S&P 500, entre 1995 e 2008. O relatório mostra que apenas 5% dos relatórios anuais estabelecem uma estratégia de gestão de riscos ligados às alterações climáticas, enquanto 76% das empresas nem sequer menciona as alterações climáticas em seus relatórios.
O relatório analisa estratégias de consciência e gestão de riscos por setor. A indústria de serviços obteve os melhores resultados, com mais de 96% das empresas, pelo menos, tendo citado as alterações climáticas, e mais de 35% identificaram, pelo menos, um risco e uma estratégia para enfrentá-lo. Os setores de TI e telecomunicações obtiveram os resultados mais baixos: nenhuma empresa, em qualquer categoria, identificou riscos ou soluções. Nenhuma empresa de telecom citou as Mudanças Climáticas e apenas 6,5% das empresas TI o fizeram.
O segundo relatório do grupo, "Climate Risk Disclosure in SEC Filings" avalia os formulários mais recentes de algumas dessas indústrias e mostra que, enquanto as Indústrias Energéticas têm divulgado os riscos de Mudanças Climáticas em uma extensão muito maior que outros setores, o detalhe e profundidade dessas divulgações estão longe do suficiente para ajudar os investidores a tomarem suas decisões.
Enquanto isso, o relatório mostra que, muitas companhias dos setores de seguros e transportes não apresentam qualquer transparência de suas oportunidades ou riscos relacionados às alterações climáticas.
Como resultado das descobertas desses relatórios, os grupos têm pedido à SEC uma direção mais detalhada para as maneiras como as empresas deveriam incluir informações relacionadas ao clima em seus relatórios de seguro.
"Essas informações demonstram claramente a necessidade de ações rápidas da SEC para exigir mais transparência na divulgação de riscos para empresas de capital aberto,” disse Mindy Lubber, presidente da Ceres e diretor da Investor Network on Climate Risk. "Mudanças Climáticas são uma questão essencial e os investidores têm o direito de saber quais companhias ocupam as melhores posições no novo Mercado Global de Energias Limpas."
Os relatórios estão disponíveis para download em: "Reclaiming Transparency in a Changing Climate" and "Climate Risk Disclosure in SEC Filings".
Por Equipe Agenda Sustentável HSM Online 10/06/2009
Ao olhar para o mundo em busca de novos caminhos, nada mais natural do que cada indivíduo ter seus próprios objetivos e trilhar rumos que julgue corretos. Nem todos precisam seguir a mesma direção, mas existem consensos. Um deles é que o cenário ambiental está precisando de atenção. E o período é oportuno para tratar o tema.
O Dia do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, é uma data importante como emblemática das preocupações mundiais. E o Consumo Consciente é certamente uma forma de abordagem voltada a ações positivas em favor da sustentabilidade da vida no planeta.
Em diversas pesquisas, o Instituto Akatu tem identificado a emergência de um novo comportamento de consumo, voltado à construção de uma sociedade sustentável. Isto se deve às mudanças em três importantes paradigmas na vida do consumidor, todas levando a uma maior insegurança: a mudança no mercado de trabalho, voltada a uma maior flexibilização do mesmo; a mudança na visão sobre os recursos naturais, levando à percepção de que podem faltar ainda no decorrer desta geração; a mudança na proteção do Estado, com a redução da rede de proteção social.
Frente a essa forte sensação de insegurança, uma nova busca pode se iniciar na vida das pessoas. Como? Interagindo com a realidade de maneira crítica e consciente, reconhecendo-se como parte do problema e da solução, e, nesse sentido, sendo, de fato e de forma consistente, um líder na construção positiva de um cenário de mudanças.
A crise atual certamente extrapola o aspecto econômico, dado que reflete, sobretudo, a insustentabilidade do atual padrão de consumo. E esse padrão se conecta aos elementos centrais da sociedade contemporânea, constituindo-se como elemento formador da identidade e dos padrões de sociabilidade.
Há, entretanto, limites ambientais, sociais e mesmo econômicos claramente colocados ao atual modelo de consumo e que levam à necessidade de repensar este modelo e os objetivos aos quais ele atende.
No processo de repensar esse modelo, o papel dos líderes de opinião se destaca, na medida em que influenciam amplamente os comportamentos da sociedade, sendo, dessa forma, capazes de induzir soluções em escala. Soluções que sigam na direção de “parar de fazer download” dos padrões tradicionais de consumo e repensem, a partir de novos padrões, como interagir com o todo da sociedade e do meio ambiente em busca de impactos mais positivos.
Para isso, é fundamental que cada consumidor seja induzido a refletir sobre o que é realmente importante em sua vida e, como decorrência, sobre ao que o seu padrão de consumo deve responder. Esta mudança é o centro do comportamento de consumo consciente.
A busca por um padrão de consumo que permita contribuir para a sustentabilidade da vida no planeta passa por uma reflexão sobre o que realmente importa, o que de fato traz felicidade, o que é essencial para a vida, colocando o consumo em seu devido e importante lugar de instrumento de bem estar, e dando lugar à busca pela felicidade nos afetos, nas amizades, nos amores, na arte - os 4 As de um modo de vida sustentável - como o centro de uma vida que tenha um sentido transcendente e voltada ao que realmente importa.
Nesse processo, é preciso aprender a ouvir de forma mais profunda e mais em contato com as próprias emoções, em busca de um caminho em que o consumo material deixa de ser o centro da vida e dá lugar a uma existência plena de sentido nos relacionamentos e na expressão das emoções e sentimentos, plena de autoconsciência e autoconhecimento, e integrada ao coletivo da humanidade pelo que há de mais humano.
Ao interromper nossas ações rotineiras e “desacelerar”, nos tornamos mais conscientes da motivação para nossas ações frente ao que realmente importa na vida. Passamos a agir de maneira mais integrada a nós mesmos, ao mundo humano e a tudo o que é manifestação do milagre da vida.
Talvez seja essa a alavanca mais poderosa da liderança de nossa época, tornando cada indivíduo o líder de um movimento que se inicia nele próprio e se expande por toda a comunidade que o cerca. Sentir, ir aos lugares, presenciar, observar, aquietar-se, conectar-se com a fonte do conhecimento interior e permitir que nasça um novo sentido para a vida.
O que isso significa na vida das empresas? Nem sempre as empresas se dão o tempo para definir claramente o que está se passando, e planejar e implementar decisões em uma direção de impactos dirigidos à sustentabilidade. Por outro lado, dado que a sustentabilidade vai em direção oposta à cultura vigente, este exercício contínuo de reflexão é absolutamente necessário.
Ao mesmo tempo, gera credibilidade quanto a real motivação da empresa em suas ações de sustentabilidade, ajudando os diversos públicos a perceber a seriedade de propósitos, mas, principalmente, os princípios e valores éticos que baseiam cada uma das ações da empresa voltadas à sustentabilidade.
Se, de um lado, essa ação confirmará aos diversos públicos um padrão ético confiável, de outro possibilitará à empresa o espaço e o tempo de reflexão sobre sua ação como agente social e ambiental a partir dos impactos causados por suas atividades. Com uma vantagem adicional: em um mundo da visibilidade e transparência, os públicos com os quais a empresa se relaciona serão a melhor mídia para falar sobre as reais características da empresa, com credibilidade e isenção. Isso é fundamental para a empresa, dado que, nesse mundo da transparência, sua reputação será definida, cada vez mais, pelo que os diversos públicos interessados falam da empresa, do que pelo que a empresa diz de si mesma.
Nesses diálogos, é fundamental a transparência ao contar o que se acredita fazer bem, o que se acredita ser necessário melhorar e o que se acredita ser necessário iniciar a fazer. Revelar a fraqueza gera credibilidade, o que não é fácil para as empresas, que tendem a ser o reino da força e não da fragilidade. Revelar a fraqueza humaniza a relação com os públicos, aproxima a empresa da realidade vivida por cada público, orienta sobre o que é realmente importante na sociedade.
Certamente, é um experimento novo, com todos os riscos do novo. No entanto, se não for por outra razão, vale a pena arriscar frente à perplexidade vigente quanto ao como se diferenciar competitivamente. No mundo da transparência e da comoditização de produtos e serviços, a qualidade do relacionamento com cada um dos públicos definirá a adesão, ou não, desses públicos à marca da empresa como representante de crenças e valores éticos com os quais o consumidor se identifica.
A questão que se coloca é que a efetividade dessas ações não se dá no curto prazo. O retorno é medido no médio e longo prazo. No entanto, a construção da reputação se dá, de fato, no longo prazo. Assim, é apenas natural que o diálogo contínuo com os públicos interessados deva ser considerado como um investimento cujos resultados são graduais. Por outro lado, são resultados seguros e poderosos como nenhuma outra diferenciação competitiva.
O mês em que se comemora o Dia do Meio Ambiente é certamente uma oportunidade para pensar na construção dessa nova cultura, mais integrada às preocupações dos diversos públicos e mais sintonizada com os reais problemas contemporâneos.
(Envolverde/Instituto Akatu)