quinta-feira, 25 de março de 2010

ACONSELHAMENTO DE CARREIRA

O equilíbrio entre a vida profissional e pessoal




Vida agitada e falta de tempo, duas características muito comumente associadas ao perfil de grande parte dos trabalhadores do mundo atual. De um lado, a dedicação profissional, reuniões, busca por resultados, reconhecimento, promoção. De outro, a vida pessoal, cuidar da família, arrumar a casa, acompanhar o desenvolvimento dos filhos e lembrar de pagar todas as contas. Administrar o tempo parece simples, mas com tantas responsabilidades, muitas vezes o trabalho acaba em casa ou os problemas do lar são resolvidos no ambiente corporativo.

O homem moderno está cada vez mais ligado à vida profissional, e as empresas realmente exigem essa dedicação. Para alcançar sucesso na carreira, é fundamental abraçar os objetivos da empresa e trabalhar o tempo que for necessário para resolver problemas ou buscar melhorias. No entanto, para que tudo ocorra de maneira saudável é necessário que os dois lados da vida estejam em sintonia.

Para a coaching Evania Vieira, não há como separar por completo a vida pessoal da profissional já que estamos ligados a elas o tempo todo. “Se imaginarmos que as organizações são estruturas cuja base é formada por indivíduos, com pensamento, sentimentos e vontade, podemos inferir que a separação da vida pessoal e profissional não se dará como um ato de girar um botão que as transformam instantaneamente em ora profissionais, ora indivíduos. Porém, é necessário que o profissional tenha em mente que vivemos num mundo moderno, dinâmico e com transformações constantes e rápidas. Esse dinamismo exige que desempenhemos diversos papéis em diferentes espaços”, explica.

O grande problema é realmente perceber quando há uma sintonia entre o profissional e o pessoal, e em que momento é necessário ter mais dedicação com um ou com outro. Apesar de manter os dois lados em equilíbrio, algumas vezes é preciso cancelar um jantar com a família para terminar um projeto, por exemplo, ou adiar um relatório simples para cuidar do filho pequeno que está doente. No entanto, há como saber qual é a hora certa para essas escolhas?

“As situações aceitáveis são aquelas que abalam completamente a estrutura física e emocional de uma pessoa como, doença pessoal e familiar, falecimentos ou perdas patrimoniais. As prejudiciais são aquelas que fazem o profissional se esquecer das suas responsabilidades, funções e tarefas, tornando o ambiente de trabalho um espaço para resolver suas questões pessoais, como problemas conjugais e afetivos, usar o telefone da empresa sem a concordância e de forma excessiva ou faltar e chegar constantemente atrasado por causa de pendências pessoais”, conclui Evania.



Além de prejudicar sua imagem na empresa, o profissional que costuma levar problemas de casa para o trabalho pode ter o rendimento comprometido. Embora algumas vezes seja difícil deixar um conflito de lado e focar apenas no trabalho, é importante que em situações 'menos relevantes' o profissional procure resolver cada coisa em seu momento adequado.

Nelson José Rosamilha, diretor executivo da Six Sigma Brasil, acredita que existem algumas formas de amenizar o problema pessoal para que ele não atrapalhe na execução das tarefas. “Sem dúvida nenhuma, um familiar doente, um processo de separação no casamento ou dívidas financeiras, por exemplo, são problemas que comprometem o rendimento de qualquer profissional e tornam a busca por “separar” os assuntos muito difícil. É importante, neste momento, ter alguém com quem compartilhar seus problemas, no horário do almoço ou mesmo em um happy hour, pois o fato de conversar sobre o assunto já alivia muito. Conheço pessoas que reservam, religiosamente, uma vez por semana para almoçar com esposa ou filhos”, exemplifica.



Postura Profissional


Um profissional com problemas pessoais pode contornar essa situação sem deixar uma imagem negativa na empresa, para isso basta tomar as atitudes corretas e mostrar comprometimento, apesar das dificuldades. A imagem que demonstra na organização terá grande influência no seu futuro dentro da empresa. Em casa, a solução deve ser semelhante, pois apesar de haver maiorflexibilidade, muitas vezes a ausência com os filhos ou companheiro podem resultar em chateações, portanto é fundamental tomar cuidado com as coisas que combina ou se propõe a fazer.

“Uma postura que considero importante é exatamente manter a consciência ativa de quem você é e onde está. O profissional deve ter em mente que o local de trabalho é um ambiente hierárquico, onde as relações podem e a gente espera que sejam pautadas por princípios democráticos, mas isso não dissolve a hierarquia. Logo, as relações que se estabelecem ali diariamente são entre chefes, subordinados e colegas de trabalho. O modo como o profissional se comporta, independente do cargo que ocupa na estrutura organizacional, deve ser levado em conta neste ambiente, não para se manter no lugar em que está, mas para mostrar maturidade para galgar outras funções dentro da organização, se tiver interesse”, define Evania.

Para Nelson, a disciplina é uma das características mais importantes para a organização das atividades, seja no ambiente familiar ou corporativo, o importante é fazer as coisas certas, na hora certa. “A palavra mágica aqui é disciplina espartana, hora de jantar, hora da ginástica, hora da novela, tudo na sequência correta, apenas casos extremamente críticos devem ser tratados como exceções”, afirma.

E nessa constante disputa entre o profissional e o pessoal, podemos entender que um não funciona sem o outro, e por iss,o os interesses devem caminhar sempre juntos, para que não haja conflito em nenhum dos lados. Estar realizado não significa apenas ser bem remunerado, ou viver para cuidar da família, significa encontrar um ponto de equilíbrio, onde conseguimos ponderar nossas atitudes e realizar os compromissos de forma saudável, sem que ninguém seja prejudicado e todos saiam ganhando.


domingo, 21 de março de 2010

Qualidade de Vida


a cATHO edição 392 apóstou em falar sobre

Equilíbrio para alcançar o sucesso
Vamos ler!!
Muita Luz!
Flávia Boni



QUALIDADE DE VIDA
Tempo para repouso


Caio Lauer

Ter tempo livre para descanso, lazer e alimentação pode ser a opção certa para que os profissionais tenham aumento da produtividade nas empresas. As corporações enxergaram que os intervalos no decorrer da jornada de trabalho podem beneficiar nas atividades e na qualidade de vida de seus colaboradores, sem atrapalhar as metas e resultados.

As pausas podem ser organizadas ou livres, mas a tendência é que as companhias flexibilizem cada vez mais esses intervalos. Há empresas que instituem intervalos fixos, geralmente na metade dos períodos de manhã e tarde. Porém, existem companhias que preferem que o próprio colaborador faça seu horário, com o intuito de deixá-lo mais livre e mostrar confiança em sua produtividade.

Para distanciar as pessoas do convívio puramente profissional nas salas de reunião ou estações de trabalho, muitas organizações vêm instalando espaços de relaxamento desconectados da atmosfera da corporação. Esses locais de descontração estão relacionados a uma série de vantagens: contatos muito mais propícios à troca de ideias, pessoas com mais liberdade para serem criativas e, principalmente, uma verdadeira sensação de bem-estar no trabalho.

“Disponibilizamos aqui um espaço de confraternização interna, se ele (colaborador) quiser ir lá bater um papo com sua turma, por exemplo”, relata Claudinei Benzi, diretor executivo da Totvs Curitiba, empresa de software, inovação, relacionamento e suporte à gestão. Benzi aponta que o profissional pode utilizar também o espaço de relaxamento, onde tem um local reservado para leitura. “Tentamos desconectá-lo do dia a dia do trabalho”, completa.

Outra característica peculiar de alguns locais para relaxamento é a parte arquitetônica, muito diferente do ambiente de trabalho. A intenção é fazer o profissional se desligar totalmente do clima que vive no dia a dia. “Em diversas áreas, e na nossa não é muito diferente, o profissional acaba se envolvendo tanto no dia a dia da empresa que, com essa pausa, ele consegue se desconectar daquele ritmo que vem atuando”, lembra o diretor da Totvs Curitiba. Benzi afirma que essa desconectada é importante para clarear aqueles pontos, despertar criatividade e buscar alternativas para as questões mais complexas das atividades.

Eventos de confraternização entre colaboradores também podem servir como válvula de escape do estresse cotidiano. Um bom exemplo fica na Totvs Curitiba, onde é realizado todo mês um festival gourmet. “Qualquer profissional que tenha uma habilidade culinária ou goste de preparar algum tipo de prato, assume nosso espaço gastronômico e prepara para os demais participantes”, explica Benzi. De acordo com o diretor da Totvs, o evento gastronômico é uma atividade voluntária e foi criada para que as pessoas tenham uma integração maior e para mostrarem coisas diferentes do que fazem no trabalho.

Mesmo quando não há pausas, os colaboradores devem usar outros meios para se descontrair a fim de fugir do estresse. Uma parada para navegar na internet ou um breve alongamento podem ser boas opções, mesmo sem sair da mesa ou estação de trabalho. “Se o colaborador não pode sair da sua mesa, deve procurar algo no próprio computador que seja fora do trabalho, como ver um vídeo que o descontraia,ler um livro ou se alongar na própria cadeira”, indica Cecília Shibuya, vice-presidente da ABQV - Associação Brasileira da Qualidade de Vida. Para ela, o principal é transformar o local de trabalho em um ambiente de bem estar.

Uma pessoa que esteja sempre correndo, não faz pausas, come rapidamente, não faz relaxamento e está sempre vivendo em função do trabalho, está sujeita a um estresse maior. Isso acarreta possíveis afastamentos, provocando o absenteísmo, o que também não é interessante para as organizações. “Hoje, a preocupação com a qualidade de vida nas empresas está cada vez mais forte porque percebe-se que se criadas ações como ginástica laboral, palestras com temas diferenciados, quick massage e tudo que puder criar de bem- destar para o funcionário, vai repercutir na produtividade e na rentabilidade”, mostra Cecília.

A Associação Americana para o Avanço da Ciência (em inglês American Association for the Advancement of Science ou AAAS), organização internacional sem fins lucrativos que promove a cooperação entre os cientistas, aconselha uma pausa diária entre uma hora e uma hora e meia, mas para a realidade das empresas isso é impossível. Cecília Shibuya observa: “às vezes as pessoas trabalham, depois vão direto para faculdade e ainda precisam cuidar da casa. As empresas estão percebendo a importância de criar espaços de bem-estar onde pode ter uma quick massage e técnicas de relaxamento, por exemplo”.

Todos esses benefícios devem ter o respaldo de uma estrutura que realmente desenvolva e motive o relaxamento. “Não adianta ter uma sala onde possa cochilar e relaxar, se as pessoas ficam falando ao celular, ouvindo música alta e conversando”, diz Cecília. Segundo a vice-presidente da ABQV, o ideal é criar um ambiente tranquilo. “músicas que sejam as mais relaxantes possíveis, em um ambiente com uma iluminação mais baixa onde a pessoa se sinta bem”, indica.