quarta-feira, 24 de junho de 2009

Descontração, um dos segredos da longevidade

24 de junho de 2009

Por Giovana Pastore

Há 14 anos, Thomas Perls, professor e pesquisador da Universidade de Boston (EUA), estuda pessoas longevas, um dos segmentos da população que mais cresce no mundo - especialmente em nações desenvolvidas. O estudo mais recente do geriatra, que comanda o New England Centenarian Study, identificou características comuns aos filhos de centenários: eles são mais extrovertidos e menos neuróticos do que a média da população, sabem lidar melhor com o stress e são menos solitários e deprimidos. O objetivo era entender o efeito que a personalidade de uma pessoa exerce sobre a duração de sua vida. Perls, que estará no Rio no próximo dia 25 para uma conferência sobre qualidade de vida, falou a VEJA.com sobre suas descobertas.

Por que analisar as características dos filhos das pessoas que ultrapassaram a barreira dos cem anos, e não os centenários em si?
Apenas 20% dos centenários são inteiramente lúcidos. Os demais apresentam deficiências, principalmente de memória, de intensidades variadas. Isso não significa que não seja maravilhoso ser um centenário, já que é comprovado que a maioria deles só sofre de males ligados ao envelhecimento, como as doenças cardiovasculares, os acidentes vasculares cerebrais e a diabetes, depois dos 95 anos. Mas, em relação às faculdades mentais, seus filhos, que têm entre setenta e oitenta e poucos anos, são mais plenos. Além disso, sabemos que os descendentes de centenários seguem os passos de seus pais no que diz respeito a envelhecer lentamente - as chances de eles sofrerem de doenças relacionadas à idade são até 60% menores, se comparadas às de pessoas nascidas na mesma época.

Quais foram os resultados do estudo?
A principal constatação, que nos deixou surpresos, é o quanto os filhos de centenários são diferentes da população em geral. Com base na análise da personalidade de 250 deles, de diferentes famílias, descobrimos que eles são muito mais extrovertidos e apresentam comportamentos muito menos neuróticos do que os indivíduos em geral.

Getty Images

Na prática, o que isso significa?
Em relação à extroversão, significa que eles têm mais facilidade para estabelecer relacionamentos importantes e saudáveis, que os estimulam intelectualmente e os tornam menos sozinhos e deprimidos - os centenários e seus filhos tendem a ser muito sociáveis e divertidos e costumam ter muitas pessoas ao redor. No que diz respeito ao comportamento neurótico, significa que eles lidam bem com situações de stress, que são capazes de superá-las com facilidade. E o stress é tido como um dos importantes fatores de aceleração do envelhecimento, sendo associado a doenças do coração, à pressão alta e aos derrames.

Há diferença entre homens e mulheres?
Normalmente, os homens e as mulheres têm personalidades bem diferentes. Mas, no caso estudado, eles se mostraram surpreendentemente semelhantes. Exceto para amabilidade, quesito no qual as mulheres obtiveram uma pontuação um pouco mais alta, os resultados para os dois gêneros foram bem parecidos. Isso pode sugerir que os homens que vivem mais tendem a ser mais parecidos com as mulheres, em termos de personalidade.

Além da personalidade, que outros fatores são determinantes para uma pessoa viver até os cem anos?
Cerca de 80% da nossa capacidade de viver até perto dos 90 anos - dez anos a mais do que a expectativa média de vida nos EUA e no Canadá - está relacionada a hábitos saudáveis. Pessoas que fumam, comem muita carne vermelha, são obesas, sedentárias ou não administram bem situações de stress morrem aproximadamente dez anos mais jovens do que aquelas que levam uma vida saudável. Mas aquelas que vivem mais do que 90 anos, além de manter hábitos saudáveis, têm, na maioria das vezes, um retrospecto de longevidade excepcional na família.

Getty Images

Uma pessoa é capaz de ajustar sua personalidade para viver mais?
Eu não saberia dizer. Mas acho que se pode aprender muito a partir das características dos filhos de pessoas longevas, de forma a compensarmos predisposições negativas. É o caso de aprender a lidar melhor com situações de stress. O importante não é exatamente a quantidade de stress que você tem na sua vida, mas, sim, como você o administra. Praticar exercícios físicos, meditar, fazer ioga, rezar, estar com a família e até mesmo saber quando parar e respirar fundo podem ajudar muito a minimizar o impacto do stress para a saúde.

Como surgiu a ideia para o estudo?
Assim que começamos a estudar os centenários, em 1994, notamos que eles eram pessoas com uma extraordinária habilidade de lidar com situações estressantes. Desde então, tentamos entender o porquê disso. Os testes de personalidade que aplicamos nos filhos dos centenários, cujos resultados publicamos na revista da Sociedade Americana de Geriatria, são parte desse esforço.

Wal-Mart lança pacto pela sustentabilidade
Iniciativa visa melhorar a eficiência socioambiental de toda a cadeia de suprimentos.
Contando com a adesão de empresas do porte da Cargill, Unilever, Nestlé, Bunge e os frigoríficos Marfrig, Friboi e Betim, o Wal-Mart assinou nesta terça-feira (23/06), em solenidade realizada em São Paulo, com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, um pacto para a construção de uma cadeia de suprimentos sustentável .“Este pode parecer o momento errado para pedirmos aos nossos parceiros maior compromisso com questões socioambientais, mas aqueles que se engajarem crescerão conosco”, declarou Mike Duke, presidente da cadeia Wal-Mart, ao propor um pacto de sustentabilidade a todos os seus parceiros no Brasil.
A iniciativa faz parte do programa que a empresa começou em 2005 para implementar mais eficiência socioambiental em suas operações, o qual prevê metas globais de redução de resíduos, diminuição de emissões de gases de efeito estufa, incentivo a produtos sustentáveis e melhor gestão e aproveitamento de água e energia. Agora, o Wal-Mart coloca todo o seu poder de influência, representado por uma rede de mais de 7.900 lojas em todo o mundo, abastecidas por mais de 100 mil fornecedores, para construir a cadeia de suprimentos do futuro.
Entre as ações adotadas pelo programa do grupo, constam a redução do uso de sacolas plásticas por seus consumidores (em 33%, até 2013, em todo o mundo e em 50% no Brasil), construções ecológicas, como em Neza, no México, onde o Wal Mart recupera uma área de depósito de lixo de 25 acres para nela instalar um ecoshopping, ou lojas ecoeficientes, como o Supercenter Campinho, no Rio de Janeiro (RJ), ou o Supercenter Morumbi, em São Paulo (SP).
Depois de realizar alguns encontros com seus fornecedores, a rede supermercadista elaborou uma proposta de um pacto para expandir essas ações por meio de compromissos conjuntos. Aos fornecedores que aderirem, a empresa garante boa visibilidade nas lojas, com comunicação específica quanto às qualidades e valores agregados do que está sendo ofertado.
O envolvimento dos mais de 2 milhões de funcionários também integra os objetivos estabelecidos e cada um deles foi convidado a formular seu Projeto Pessoal para a Sustentabilidade (PPS). “Sabemos que nossos clientes esperam mais de nós”, comentou Doug McMillon, presidente e CEO da base internacional. Por isso, a empresa se preocupou em avaliar os efeitos de suas atividades e percebeu a urgência de atuar junto com todos os stakeholders do seu negócio.
“Um estudo nos mostrou que tínhamos apenas 8% de impactos diretos em nossas operações e 92% indiretos. Assim, para realmente fazermos mais, precisamos disseminar as metas e ações por toda a cadeia produtiva”, detalhou Daniela Di Fiori, vice-presidente para Assuntos Corporativos e Sustentabilidade no Brasil. Internamente, a rede já trabalhava com três prioridades: utilizar 100% de energia renovável, não encaminhar nenhum resíduo para aterros (impacto zero) e ofertar produtos os mais corretos possíveis, do ponto de vista socioambiental e de preço.
Fechando ciclos
“Há uma necessidade absoluta de ação coordenada e conjunta, agora, com ética nas relações e respeito aos limites ambientais”, alertou Héctor Núñez, presidente do Wal Mart Brasil durante o ato de assinatura do pacto. Os compromissos assumidos baseiam-se em acordos setoriais, nas áreas da pecuária, madeira e soja, e pela erradicação do trabalho escravo ou análogo ao escravo. Todos os signatários concordam em não participar do financiamento, produção, uso ou distribuição de produtos que tenham qualquer ilegalidade em sua cadeia, tal como o desmatamento irregular.
O pacto prevê também a prática de compras responsáveis e a redução de resíduos, com destaque para a diminuição de embalagens. Para tanto, a empresa traz para o Brasil o sistema de indicadores de embalagens conhecido como Packaging Scorecard. O plano é chegar a ciclos fechados (end-to-end) de cadeias produtivas, nos quais a responsabilidade socioambiental está presente desde a extração da matéria-prima até a destinação final do produto, que de preferência deve ser a reutilização ou a reciclagem.
“Esperamos que todas as empresas façam isso”, disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, presente na ocasião para divulgar a campanha “Saco É um Saco”, promovida pela sua pasta, em conjunto com o Wal-Mart e o Instituto Akatu, para reduzir a utilização de sacolinhas plásticas.
“Estamos diante de um tempo com oportunidades extraordinárias. Temos de atingir metas precisas até a metade do século ou toda a humanidade estará em apuros. O Wal-Mart integra o grupo de empresas que são parte da solução”, comentou Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, que integrou o painel realizado na ocasião sobre “A Importância da Sustentabilidade na Cadeia Produtiva”, ao lado de Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu, e Andrew Winston, autor do livro O Verde Que Vale Ouro.
Mattar destacou os avanços nas expectativas dos consumidores brasileiros, que esperam e cobram ações mais rápidas no campo socioambiental e consideram as empresas como responsáveis pelos impactos que provocam. Winston, por sua vez, mostrou as vantagens em migrar para uma economia e modo de produção verde. Ambos concordaram que quem não for capaz de fazê-lo corre o risco de desaparecer rapidamente.
Pela redação da Envolverde / Edição de Benjamin S. Gonçalves (Instituto Ethos)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

5º Encontro Mensal dos Associados da ABQV
30 de Junho de 2009 Auditório Hospital Santa Catarina Av. Paulista, 200 - São Paulo - SP
8h30 Recepção
8h45 Abertura - palavra do presidente da ABQV - Alberto Ogata
9h00 Abordagem da dependência química na empresa. Passos para um programa de
sucesso.
Dr. Laco - Luiz Alberto Chaves Oliveira - médico, especialista em dependência química, tendo atuado como diretor clínico e assessor técnico em várias organizações públicas e privadas. Diretor Clínico do Centro de Tratamento - Clínica Vitória (Embu das Artes), Membro do Corpo Técnico da Associação Parceria contra as Drogas.
Presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas e Álcool de São
Paulo. Coordenador de Atenção às Drogas da Cidade de São Paulo. Professor da
Disciplina de Dependência Química do MBA Gestão em Programas de Promoção de
Saúde e Qualidade de Vida (S. Camilo/ABRAMGE/ABQV). Membro do Conselho Fiscal
da ABQV.
10h00 Intervalo Saudável - Lançamento do Livro DROGAS NO AMBIENTE DE TRABALHO
10h30 Case - ALCOA POÇOS DE CALDAS - Vencedora do Prêmio Nacional de Qualidade
de Vida 2008 - PNQV – Modalidade Programa Global
Lucio Mario Alves - médico, especialista em saúde ocupacional e medicina do trabalho,
Membro Titular da ANMT e gestor de saúde ocupacional, assistencial e de qualidade de
vida da ALCOA POÇOS DE CALDAS desde 2006.
OS PARTICIPANTES DESSE ENCONTRO MENSAL ABQV RECEBERÃO, GRATUITAMENTE,
UM EXEMPLAR DO LIVRO "DROGAS NO AMBIENTE DE TRABALHO"
DE LUIZ ALBERTO CHAVES OLIVEIRA
INSCRIÇÕES - abqv@abqv.org.br - 3266 -6497
ASSOCIADOS - gratuita
NÃO ASSOCIADOS - R$50,00
Saúde para quem?, por Ana Maria Rossi*
Para muitos profissionais brasileiros, trabalho é sinônimo de estresse. Excesso de tarefas, instabilidade, remuneração inadequada são apenas alguns dos problemas que afligem os trabalhadores brasileiros, em diferentes áreas ainda mais em tempos de crise. Os resultados disso se refletem nas empresas, que sentem a queda da produtividade, mas, especialmente, na saúde geral dos indivíduos, amplamente afetada pelo estresse. Estima-se que o Brasil gaste cerca de 3,5% do PIB nacional anual com as consequências negativas do estresse.
Pesquisa recente, realizada com mil profissionais de Porto Alegre e São Paulo pela International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), identificou dados preocupantes sobre o estresse no trabalho: 62% dos entrevistados reclamam sobre o excesso de tarefas como um dos principais estressores; seguido pelo medo de demissão, 56%; pela falta de controle – muita responsabilidade e pouca autonomia para tomar decisões, 41%; e pelos conflitos interpessoais, 36%.
O problema gera inúmeras reações físicas, como dores musculares, distúrbios do sono e hipertensão; e emocionais – ansiedade, angústia, preocupação e raiva. São sintomas que interferem diretamente no desempenho do indivíduo, diminuem sua motivação e afetam sua vida pessoal. Para encarar a pressão decorrente das suas atividades profissionais, 57% dos entrevistados consomem bebidas alcoólicas ou drogas; 53% são agressivos; 32% apresentam distúrbios de apetite, e 23% sentem mudanças na libido. Estamos falando em uma queda representativa na qualidade de vida dessas pessoas, que causa sequelas que comprometem vários aspectos do seu cotidiano, inclusive, a vida de seus familiares e amigos – 47% admitiram agredir quando estão estressados e 18% têm explosões de raiva.
Diante do cenário que aponta o estresse ocupacional como um dos principais vilões responsáveis pela perda de qualidade de vida dos brasileiros, a Isma-BR se propõe a apontar alternativas saudáveis tanto para os indivíduos quanto para as empresas. Nesse sentido, será realizado de 23 a 25 de junho, em Porto Alegre, o 9º Congresso de Stress da Isma-BR, o 11º Fórum Internacional de Qualidade de Vida no Trabalho, o 1º Encontro de Qualidade de Vida na Segurança Pública e o 1º Encontro de Qualidade de Vida no Serviço Público. O objetivo é ajudar empresas e trabalhadores a atuar de maneira pontual em programas eficientes de qualidade de vida e na redução dos gastos com saúde, para que mantenham a saúde física e mental, que é o tema central do evento.
*Presidente da Isma-BR