sexta-feira, 1 de maio de 2009

Entendendo o Estresse

Existe uma certeza no mundo de hoje: a mudança constante, gerando crises e oportunidades. Surgem e desaparecem novos projetos, idéias e cargos. Qual influência este cenário exerce em nossas vidas? Mais uma certeza: o estresse.
O estresse e a depressão são atualmente um dos principais problemas de saúde no trabalho, sendo considerados fatores de risco para o desenvolvimento de doenças como hipertensão, infarto, derrame e até mesmo o câncer.
Definição de estresse
Dr. Hans Selye, o pai da teoria do estresse, o define como “uma reação automática, não específica, do corpo a qualquer demanda, podendo ser um desafio ou qualquer tipo de mudança que requer uma adaptação."
Está sempre presente em determinado nível e o denominador comum é a forma de reação, uma espécie de ativação ou aceleração.
O estresse pode ser positivo ou negativo, depende da situação, intensidade e duração. O bom estresse (eustresse) nos ajuda a desempenhar melhor e nos dá uma sensação de bem estar. Já o mau estresse (distresse) nos afeta negativamente, gerando diversas manifestações, dependendo de predisposições individuais e história de vida..
O modelo interativo ou ecológico de estresse explica porque situações estressantes para um indivíduo não são para outro.
O estresse ocorre quando as mudanças, exigências ou agressões da vida (fatores estressores) não se ajustam as necessidades, expectativas ou capacidades do indivíduo (fatores individuais ou moderadores).
Fatores estressores
Físicos: ruído, iluminação excessiva, calor, ambientes confinados.
Sociais (interação com pessoas): hostilidade (cinismo, arrogância e agressividade)
Organizacionais
Clima organizacional
Funções laborais
Relações interpessoais
Desenho e conteúdo das tarefas
Sobrecarga quantitativa (alta demanda)
Insuficiente carga qualitativa (baixa demanda)
Conflito de papéis
Falta de controle sobre a situação pessoal
Falta de apoio social no trabalho
Específicos
Tecnologia de produção em série
Processos de trabalho muito automatizados
Trabalho em turnos (plantões)
Eventos importantes de vida: problemas de saúde, mudanças no trabalho (ex. perda de emprego, promoção), mudanças na família (ex. morte de um parente, nascimento de filho), mudanças pessoais (ex. decisões importantes, novos relacionamentos), problemas financeiros
Fatores individuais ou moderadores
Estilo de vida saudável: atividade física regular, sono adequado, boa alimentação, não fumar, usar o álcool com moderação, tempo para lazer.
Lócus de controle interno: responsabilidade pelos próprios atos.
Suporte social e rede de relacionamentos.
Boa auto-estima.
Competências relacionadas à inteligência emocional, como autoconsciência, autocontrole, motivação, otimismo, empatia, perseverança e liderança.
Manifestações do estresse
As manifestações do estresse são numerosas e variadas, podendo ser divididas em quatro categorias.
Físicas: fatiga, cefaléia, insônia, dores musculares (especialmente na nuca, ombros e região lombar), palpitações, dores no peito, cólicas abdominais, náusea, tremores, extremidades frias, vermelhidão, sudorese, resfriados freqüentes, doenças de pele, distúrbios imunológicos, distúrbios músculo-esqueléticos, doenças cardiovasculares, câncer, etc.
Cognitivas: diminuição da atenção (concentração) e memória, indecisão, confusão, etc.
Emocionais: ansiedade, depressão, raiva, frustração, preocupação, medo, irritabilidade, impaciência, etc.
Comportamentais: pressa, inquietude, compulsão alimentar, tabagismo, alcoolismo, dependência química, violência etc.
O estresse também tem um impacto na produtividade, já que está associado ao absenteísmo por problemas de saúde, ao baixo presenteísmo pela diminuição da capacidade de se concentrar em tarefas, a piora do clima organizacional e das relações interpessoais.
Os gastos com assistência médica são em média 50% maiores com trabalhadores que relatam alto nível de estresse (Journal of Occupational and Environmental Medicine).
Fisiologia do estresse
O estresse é um processo psico-neuro-endócrino, regida pelo sistema límbico (área antiga do cérebro) e pelo sistema nervoso autônomo (SNA). O SNA é divido em sistema nervoso simpático (SNS) e para-simpático (SNP).
O SNS inicia a resposta de “luta ou fuga” e o SNP retorna ao estado de homeostasia (equilíbrio) corporal e emocional para regeneração e relaxamento.
O SNA é influenciado pelo hipotálamo (parte do sistema límbico) que faz a ponte entre o sistema nervoso e o sistema endócrino. O hipotálamo estimula a hipófise a qual estimula as glândulas adrenais a liberar os hormônios do estresse (adrenalina, noradrenalina e cortisol) na corrente sangüínea, resultando em várias mudanças fisiológicas, tais como:
aumento da freqüência cardíaca e pressão arterial (levando mais sangue para os músculos, cérebro e coração)
aumento da freqüência respiratória e dilatação das vias aéreas (para aumentar a oxigenação)
maior tensão nos músculos (preparação para a ação)
aumento da atenção e sensibilidade dos órgãos de sentido (para avaliar melhor a situação e agir rapidamente)
aumento de fluxo sangüíneo para o cérebro, coração e músculos (órgãos mais importantes para lidar com o perigo)
aumento da glicose, lipídeos e colesterol (para energia extra)
aumento das plaquetas e fatores de coagulação (para prevenir hemorragia em caso de lesão)
diminuição de sangue para a pele, trato digestivo, rins e fígado (menos importantes em momentos de crise)
diminuição da atividade do sistema imune
diminuição da função reprodutiva
Gerenciamento do estresse
Há portanto 2 linhas de atuação complementares no gerenciamento do estresse: a redução dos fatores estressores e o desenvolvimento de fatores moderadores, que fortalecem o indivíduo.
O Programa LifeSkills reune um conjunto de estratégias efetivas de prevenção e gestão do estresse, que objetivam o fortalecimento e empowerment (empoderamento) dos indivíduos.
Mais informações:

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Virada Cultural

Virada Cultural chega à 5ª edição nos próximos dias 2 e 3 de maio.

A Virada Cultural completa cinco anos. Realizada pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, tornou-se a grande festa da cidade de São Paulo. Está incorporada ao seu calendário por milhões de paulistanos que a acompanham todos os anos. Durante 24 horas ininterruptas os moradores da capital e os turistas — estima-se que, esse ano, serão algo em torno de 330 mil pessoas — se dividem entre centenas de atrações.

São shows dos mais variados ritmos: do samba-rock ao eletrônico, do rock ao romântico brega; são releituras dos discos mais significativos de importantes nomes da música brasileira; são apresentações circenses, intervenções, encontros. Das 18 horas do próximo dia 2 de maio às 18 horas do dia 3, cerca de 800 atrações irão ocupar o centro de São Paulo em 150 locais diferentes.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

EMPRESAS SUSTENTÁVEIS

Wal-Mart inaugura primeira loja ecoeficiente em SP

A primeira loja ecoeficiente da rede Wal-Mart em São Paulo foi inaugurada nesta segunda-feira (27/04) e abrirá suas portas aos consumidores na próxima terça-feira (28/04), no Morumbi. O evento contou com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Este será o segundo hipermercado da rede no País a adotar mais de 60 iniciativas sustentáveis (o primeiro foi inaugurado no ano passado, no Rio de Janeiro). Contará com uma gestão ambiental responsável de resíduos sólidos, energia e água, além do uso de materiais reciclados ou de origem certificada, áreas verdes, vagas especiais no estacionamento e treinamento de pessoal para a sustentabilidade. Todo o processo de construção da loja obedeceu a regras de respeito ao meio ambiente.  “Desde 2005, testamos e introduzimos mudanças em nossas unidades que contribuem para o meio ambiente. Muitas já são permanentes e estão implementadas em várias de nossas lojas”, disse Héctor Núñez, presidente do Wal-Mart Brasil. “Na loja do Morumbi, ampliamos essas iniciativas, totalizando 62 inovações. É a primeira loja em São Paulo a contemplar tantas mudanças relacionadas à sustentabilidade.”  O Wal-Mart Morumbi deve consumir 25% menos energia e 40% menos água. Para isso, foram desenvolvidas iniciativas como a iluminação com lâmpadas LED no estacionamento, fluorescente modelo T5 na área de vendas e o aproveitamento da luz natural, a reutilização de água de chuva no sistema de irrigação e a implementação de descarga a vácuo nos banheiros. 

“A inauguração do Wal-Mart Morumbi reforça o compromisso da rede varejista com a sustentabilidade e marca o início de uma nova fase: a partir de agora, todos os novos hipermercados Wal-Mart construídos no Brasil serão ecoeficientes”, completa Núñez.

http://www.walmartbrasil.com.br/sustentabilidade/noticias_interna.aspx?id=650

VIVA POSITIVAMENTE - COCA-COLA

  • Viva Positivamente é o jeito Coca-Cola de promover o desenvolvimento sustentável e de falar a respeito dele 
  • Nova campanha corporativa vai compartilhar com a sociedade os indicadores de sustentabilidade do Sistema Coca-Cola Brasil, e como a organização pretende continuar avançando e se aprimorando 
  • Água, energia, reciclagem e inclusão social são alguns dos temas tratados pela política mundial representada por Viva Positivamente

Mas Viva Positivamente também faz um convite aos consumidores para compartilhar a sua visão positiva da vida, em uma convergência de esforços em que cada um deve dar a sua colaboração para que se tenha uma sociedade verdadeiramente sustentável. 

Viva Positivamente fundamenta-se nos cinco pilares que integram a visão de longo prazo da organização – pessoas, planeta, performance, portfólio e parceiros. Esta plataforma se subdivide em sete frentes de atuação focadas em fazer a operação do Sistema Coca-Cola Brasil cada vez mais sustentável. 

São elas: Água, Embalagens Sustentáveis, Comunidade, Energia e Clima, Vida Saudável,  Ambiente de Trabalho e Benefícios das Bebidas. Você vai conhecê-las melhor a seguir, e perceberá que todas já apresentam resultados muito concretos, e continuam avançando.  

Maiores informações:

www.vivapositivamente.com.br

http://www.recofarma.com.br/release_detalhe.asp?release=156&categoria=30

terça-feira, 28 de abril de 2009

Ayurveda

 A antiga arte de saúde corpo – mente – espírito que tem sido praticada na Índia por mais de 5000 anos. Uma das terapias complementares mais populares e de maior crescimento nos EUA e Europa pela sua abordagem holística na cura, e pela sua eficácia em remover as tensões, aumentar a nossa energia e resistência imunológica, e proporcionar paz interior.

     Ayurveda (literalmente, “Ciência da Vida”) ensina que uma combinação de padrões de energia cria nossa constituição individual (dosha ou biotipo), que influencia todos os aspectos de nossas vidas. Hoje as crescentes tensões diárias perturbam o equilíbrio de nossa constituição natural, debilitando o corpo e a mente. Ayurveda nos ajuda a restaurar esse equilíbrio, aumentando nossa vitalidade e flexibilidade para lidarmos com os desafios da vida.

A MILENAR CIÊNCIA CORPO-MENTE

     A Ayurveda trata o indivíduo, não a doença. Já a medicina moderna, por sua vez, trabalha apenas no nível da matéria, sem remeter-se ao ser humano consciente, único e complexo, menosprezando o fator mental que é o nível do ser onde realmente se originam a doença e a cura.

     Nas duas últimas décadas, esse foco da medicina moderna no aspecto físico, gradualmente começou a se erodir diante das novas evidências científicas relacionadas às ligações bioquímicas entre a nossa experiência psicológica e a ação dos sistemas endócrino e imunológico. Essas descobertas, que descrevem os processos fisiológicos nos quais pensamentos e emoções afetam as funções corporais, apontam para uma unidade mente-corpo fundamental. Isso levou à criação de uma nova ciência no ocidente conhecida como psiconeuroimunologia, ou o que usualmente chamamos de medicina corpo-mente.

     Contrastando com essa visão meramente física, a Ayurveda baseia-se na premissa de que a mente e o corpo são unificados no nível da consciência e, através desse "campo unificado", ambos se afetam reciprocamente. De fato, a Ayurveda foi a primeira ciência psico-neuroimunológica, porque por milhares de anos tem enfatizado o papel do pensamento e do comportamento na saúde e na doença. Como resultado, quando os praticantes de Ayurveda se deparam com um problema físico, eles observam a pessoa que apresenta aquele problema e não apenas os sintomas propriamente ditos. A anamnese abrange a totalidade do espectro da vida do indivíduo, desde os aspectos mais recônditos da mente e das emoções até os mais externos, relacionados ao estilo de vida e ao meio-ambiente.      A meta última é eliminar o desequilíbrio físico ou emocional que enfraqueceu a imunidade do corpo e possibilitou que bactérias – que estão presentes até mesmo numa pessoa saudável – afetassem negativamente o corpo. Os tratamentos ayurvédicos ativam a inerente capacidade do próprio corpo de curar-se e equilibrar-se, de acordo com a sua própria natureza.

OS 5 ELEMENTOS

     Há milênios, os sábios que desenvolveram essa antiga ciência ensinaram que você e eu, juntamente com tudo o mais neste vasto universo, somos feitos dos mesmos cinco constituintes: espaço, ar, fogo, água e terra. Apesar desses elementos estarem presentes em todas as pessoas, cada um de nós os tem em distintas proporções, em diferentes equilíbrios. Assim como a sua herança genética, a sua mistura particular desses elementos é determinada na concepção e permanece constante através da vida – determinando assim as características básicas do seu corpo e da sua mente.

     Esse cinco constituintes básicos do universo são de fato diferentes modos vibracionais dentro do campo energético virtual que subjaz à matéria sub-atômica. Diz-se “virtual” porque ele é tão abstrato que não pode ser detectado diretamente, mesmo através da nossa mais poderosa tecnologia. Há sessenta anos atrás, os físicos ocidentais denominaram essa camada invisível da realidade de "Campo Quântico". Há sessenta séculos atrás, os cientistas ayurvédicos denominaram-no de "Campo da Consciência Pura". Esse continuum não visível, porém onipresente, é a fonte última da mente e da matéria. Os cinco elementos são padrões específicos vibracionais dentro desse campo, que moldam a existência individual e material.

     Dependendo de quais elementos – de quais padrões vibracionais – sejam preponderantes numa pessoa (normalmente um ou dois dominam) a Ayurveda classifica cada um de acordo com três naturezas universais ou tipos constitutivos, conhecidos como doshas. O seu biotipo predominante descreve sua aparência de uma forma geral, sua disposição emocional e suas aptidões mentais quando você está em equilíbrio. Prediz também suas prováveis enfermidades físicas assim como os problemas mentais e emocionais quando você está em desequilíbrio. Um princípio fundamental em Ayurveda é de que a doença resulta de um desequilíbrio na sua constituição ideal, no seu biotipo, devido a fatores físicos, mentais ou ambientais. Em outras palavras, sempre que a sua configuração única de elementos se torna desequilibrada – sempre que os seus padrões inatos de inteligência são perturbados – a doença ou a desordem mental aparece. Logo, todos os tratamentos ayurvédicos visam restaurar o equilíbrio no biotipo do indivíduo – através da restauração de um fluxo vibratório harmonioso.

     Portanto, a fórmula para alcançar o equilíbrio é específica para cada pessoa, dependendo do seu biotipo e temperamento inatos. Todos os tratamentos são individualizados, formulados para restaurar a harmonia de cada pessoa, segundo suas características únicas.

     A meta final da Ayurveda, a Ciência da Vida, não é apenas nos libertar da doença. E nada menos do que a plenitude, um estado perfeito de harmonia interior. Um estado de felicidade pura e ilimitada – Ananda ou bem-aventurança – o direito de nascença de todos os seres.

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Fabuleux destin d'Amélie Poulain, Le, 2001)  » Direção: Jean-Pierre Jeunet » Roteiro: Guillaume Laurant (roteiro e diálogos)Jean-Pierre Jeunet (roteiro) » Gênero: Comédia/Romance » Origem: Alemanha/França » Duração: 122 minutos » Tipo: Longa » Trailer: clique aqui » Site: clique aqui

» Sinopse: Amélie é uma jovem que se muda do subúrbio, onde morava com a família, para Paris, para trabalhar como garçonete. Ela encontra uma caixinha cheia de itens pessoais escondida no banheiro de sua casa e decide entregá-la ao antigo dono, revendo pequenos conceitos que mudarão sua vida.

http://www.cineplayers.com/filme.php?id=398

O Instituto Apse está com inscrições abertas para o Prejal - Projetode Empregabilidade Juvenil destinado a jovens de 18 a 24 anos,totalmente gratuito.

Este projeto foi desenvolvido pelo Instituto Apse e tem como parceirosa Fundação Telefonica a Atento e OIT - Organização Internacional doTrabalho.
Será um curso de 40 dias no qual, serão abordados temas dematemática, portugurês, informática, ética, cidadania e teleatendimento.
O objetivo desse projeto e capacitar o jovem e inserí-lo em uma das 130 vagas que o Grupo Telefônica reserva para estes alunos.
Para participar o jovem deve entrar em contato através do telefone: 11- 33313110 ramal 203 ou através do e-mail: prejal@grupoapse.com.br ou basta vir munido da carta de caminhamento que segue anexa ao endereço:
Rua Santa Isabel, 36 - próximo ao metrô República sentido Largo do Arouche.
Data de início da primeira turma: 04/05/2009
Horário das turmas: manhã das 8h as 12h ou tarde das 13h as 17h.
InformaçÕes: prejal@grupoapse.com.br
Tel:(11) 3331-3110 R. 203
Muito Obrigada,
Suzana Campos
Relações Públicas
suzana@grupoapse.com.br
www.grupoapse.com.br

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Espaço de comentários

]
Compartilhe sua ideias , suas opiniões.
Flávia Boni

Sim, aparência importa

The New York Times

Pam Belluck

Há mais de uma semana, pessoas em ambos os lados do Atlântico têm usado a história de Susan Boyle - a solteirona escocesa desleixada que chegou à fama cantando no programa de TV "Britain's Got Talent" - como um exemplo de quão superficiais nos tornamos.

http://n.i.uol.com.br/ultnot/0904/26boyle.jpg
http://img.uol.com.br/materia-modulos/abre_aspas.gifNão há muito o que
você possa fazer a respeito; 
é o modo como pensam; 
é o modo como sãohttp://img.uol.com.br/materia-modulos/fecha_aspas.gif

Susan Boyle, comentando a rapidez com que a sociedade julga as aparências

Antes de cantar, Boyle parecia uma mera voluntária de igreja desempregada e desmazelada de 47 anos que morava sozinha com seu gato, Pebbles, e que, segundo ela, nunca teria sido beijada (uma alegação que ela posteriormente retirou).
Agora, após o vídeo de sua apresentação ter se tornado viral, uma enxurrada de comentários se concentra em como estereotipamos as pessoas em categorias, como caímos vítima de preconceitos de idade e aparência, e como temos que aprender, de uma vez por todas, a não julgar os livros pela capa.
Mas muitos cientistas sociais e outros que estudam a ciência dos estereótipos dizem que há motivos para avaliarmos rapidamente as pessoas com base em sua aparência. Julgamentos rápidos a respeito das pessoas são cruciais para o modo como funcionamos, eles dizem - mesmo quando esses julgamentos são muito errados.
Eles até mesmo concordam com a própria Boyle, que disse após sua apresentação que apesar da sociedade ser rápida demais em julgar as pessoas pela aparência, "não há muito o que você possa fazer a respeito; é o modo como pensam; é o modo como são".
Em um nível muito básico, julgar as pessoas pela aparência significa colocá-las rapidamente em categorias impessoais, assim como decidir se um animal é um cachorro ou um gato. "Estereótipos são vistos como um mecanismo necessário para entendimento da informação", disse David Amodio, um professor assistente de psicologia da Universidade de Nova York. "Se olharmos para uma cadeira, nós podemos categorizá-la rapidamente, apesar de existirem muitos tipos diferentes de cadeiras."
Eras atrás, esta capacidade era de uma importância de vida ou morte, e os seres humanos desenvolveram a capacidade de avaliar outras pessoas em segundos.
Susan Fiske, uma professora de psicologia e neurociência de Princeton, disse que tradicionalmente, a maioria dos estereótipos se divide em duas dimensões amplas: se a pessoa parece ter intenção maligna ou benigna e se a pessoa parece perigosa. "Em tempos ancestrais, era importante permanecer distante de pessoas que pareciam furiosas e dominadoras", ela disse.
As mulheres também são subdivididas em mulheres "tradicionalmente atraentes", que "não parecem dominadoras, têm traços de bebê", disse Fiske. "Elas não são ameaçadoras."
De fato, a atração é uma coisa que reforça o estereótipo e faz com que se cumpra. Pessoas atraentes têm "crédito de serem socialmente hábeis", disse Fiske, e talvez sejam, porque "se uma pessoa é bonita ou simpática, as outras pessoas riem das piadas dela e interagem com ela de uma forma que facilita a interação social".
"Se uma pessoa não é atraente, é mais difícil conseguir todas estas coisas porque as outras pessoas não a procuram", ela disse.
A idade também tem um papel na criação de estereótipos, com as pessoas mais velhas tradicionalmente vistas como "inofensivas e inúteis", disse Fiske. Na verdade, ela disse, as pesquisas mostraram que os estereótipos raciais e étnicos são mais fáceis de mudar ao longo do tempo do que os estereótipos de gênero e idade, que são "particularmente aderentes".
Um motivo para nosso cérebro persistir em usar estereótipos, dizem os especialistas, é por frequentemente nos dar informação precisa de modo geral, mesmo que nem todos os detalhes de encaixem. A aparência de Boyle, por exemplo, telegrafou precisamente grande parte de sua biografia, incluindo seu nível socioeconômico e falta de experiência mundana.

"Britain's Got Talent"

  • http://n.i.uol.com.br/ultnot/0904/26boyle2.jpg

Seu comportamento no palco reforçou uma imagem de pessoa de fora. David Berreby, autor de "Us and Them", sobre o motivo das pessoas categorizarem umas às outras, disse que os telespectadores também podem tê-la julgado severamente porque, nas provocações com os juízes antes de cantar, ela parecia estar, desajeitadamente, tentando se encaixar.
"Ela tentou ser divertida, e quando lhe perguntaram a sua idade, ela fez aquela dancinha", como se ela presumisse que nesses programas "você supostamente precisa ser meio sensual e elegante, mas se deu mal", disse Berreby. "Nada provoca mais nosso desprezo do que alguém tentar ser aceitável e então fracassar."
Quando as pessoas não se encaixam em nossas noções pré-concebidas, nós tendemos a ignorar as contradições, até serem dramáticas demais para ignorar. Nestes casos, disse John F. Dovidio, um professor de psicologia de Yale, nós nos concentramos na contradição - a voz de Boyle, por exemplo. Apesar disso nos fazer vê-la mais como um indivíduo, nós também "encontramos uma forma do mundo fazer sentido de novo, mesmo que para isso digamos: 'Esta é uma situação excepcional'. É mais fácil para mim manter as mesmas categorias na mente do que chegar a uma explicação para as coisas que são discrepantes".
Mesmo diante de múltiplas exceções ao estereótipo, nós frequentemente mantemos a categoria geral e simplesmente criamos um subtipo, disse Dovidio.
Por exemplo, o presidente Barack Obama contrariou os estereótipos negativos a respeito dos negros, mas algumas pessoas podem ter criado um subtipo de negros - profissionais negros - em vez de contestar o estereótipo geral, disse Dovidio. "Esta é a solução mais simples e que economiza energia cognitivamente."
Os cientistas estão descobrindo que os estereótipos não estão simplesmente armazenados no cérebro e são recuperados por ele, mas "estão associados com regiões gerais do cérebro envolvidas na memória e no planejamento de metas", disse Amodio, sugerindo que "as pessoas recrutam estereótipos para ajudá-las a planejar um mundo consistente com a meta que possam ter".
A pesquisa de Fiske sugere que as pessoas de status baixo são registradas de forma diferente no cérebro. "A parte do cérebro que normalmente é ativada quando você pensa em pessoas fica surpreendentemente silenciosa quando você olha para moradores de rua", ela disse. "É uma espécie de desumanização neural. Talvez não consigamos suportar a situação horrível em que se encontram, ou não queiramos nos envolver, ou talvez tenhamos medo de nos contaminar."
Mas, ela disse, a resposta neural é restaurada quando é pedido para as pessoas se concentrarem em que sopa os moradores de rua possam querer comer, algo que as faz pensar na pessoa como alguém com desejos ou metas.

O fato de podermos mudar nossas reações em relação às pessoas - o status de Boyle passou instantaneamente de baixo para alto - também tem raízes em nossa psicologia, disseram os cientistas.
Dovidio disse que encontrar discrepâncias nos estereótipos provavelmente "cria um tipo de estímulo autonômico" em nosso sistema nervoso periférico, provocando picos de cortisol e outros indicadores de estresse. "O estímulo autonômico nós motivará a fazer algo naquela situação", ele disse, especialmente se a situação é perigosa.
Helen Fisher, uma professora de antropologia da Rutgers, teoriza que no caso de Boyle, os telespectadores também passaram por uma "onda de dopamina" com a surpresa agradável de ouvir a voz dela. "A novidade aumenta a dopamina no cérebro e faz você se sentir bem", ela disse.
Isto pode ajudar a explicar por que tantas pessoas foram atraídas pela história de Susan Boyle. Mas o fato de aceitarem a ela e outros azarões subestimados dificilmente mudará nosso gosto pelo estereótipo.
A sociedade moderna, com sua consciência dos preconceitos ao longo da história e sua capacidade sem precedente de apresentar tantos tipos diferentes de pessoas umas às outras, pode diluir ou mesmo neutralizar algumas noções pré-concebidas. Mas outras persistirão e novas surgirão, dizem os especialistas.
Este pode ser o motivo para, mesmo após ter expressado a esperança de que "talvez isso possa tê-los ensinado uma lição, ou dado um exemplo", Boyle ter começado a mudar sua aparência nos últimos dias, usando maquiagem, tingindo seu cabelo grisalho e vestindo roupas mais elegantes.
"A matéria-prima de dizer que você está comigo e ela não está é algo que está sempre presente", disse Berreby. "Não é algo que inventamos por causa da TV ou do carro. Também não é algo ligado à vida moderna. É algo inerente à mente."
Tradução: George El Khouri Andolfato

Ana Paula Pinheiro

Universo RH: Desenvolvendo Talentos, Ampliando Caminhos