quinta-feira, 9 de julho de 2009

18/06/2009 - O Enigma da Longevidade - Júlio Sérgio Cardozo No cardápio do pós-carreira, você é quem faz a escolha As oportunidades estão aí e a bola nos seus pés; só resta dar aquela paradinha, chutar para o gol e correr para o abraço.

“Se você ainda está em dúvida, é bem possível que tenha nascido para ser empregado. Quem nasceu para ser dono, não tem dúvidas, só certezas”. A frase de autoria do conhecido consultor de carreiras Max Gehringer – por quem tenho uma grande admiração – consegue de forma simples, ir ao cerne da questão, exprimir o verdadeiro sentido de um empreendedor nato.

E é sobre essa questão que quero chamar a sua atenção. Não adianta “chover no molhado” ou achar que se tornar dono do próprio negócio é a última (ou única) alternativa que lhe resta no momento de sair de cena – por ter sido demitido aos 50 e enfrenta grandes dificuldades para arranjar outro emprego ou porque decidiu “pendurar as chuteiras”.

Você pode ter deixado de ser o centro dos holofotes como executivo, mas certamente os holofotes o acompanharão em outra direção. Não subestime a sua competência, a sua capacidade de fazer acontecer; de fazer a diferença, de ser o protagonista da sua própria vida. Pense nas inúmeras portas que podem ser abertas, além de empreender, como falamos no artigo anterior. Você é o guardião das chaves que abrirão essas portas.

Conheço vários executivos que ainda estão na ativa e que decidiram comprar o alvará de um ponto de radio táxi (daqueles que ficam nos aeroportos), com três finalidades:

1. Ter motorista particular sem chamar a atenção (levando-os ao trabalho, às reuniões, almoços de negócios, seus filhos à escola, para fazer compras, etc.);

2. Para se divertir, dirigindo eles mesmos seu novo “brinquedinho” aos domingos e feriados e, às vezes, após o expediente, quando estão muito estressados;

3. Ter uma alternativa para o pós-carreira; como taxista

Da mesma forma que conheci dois executivos portugueses na faixa dos 60 anos, que optaram por aproveitar o tempo livre que conquistaram com a aposentadoria de uma forma bem prosaica. Ambos encontram-se ao entardecer, religiosamente, de segunda a sexta-feira, no Piccadilly Bar, na cidade do Estoril, para sorver uma taça de Porto seco, 20 anos, servido pela jovem Jane, originária de Lobito, Angola.

Sempre sorridente, Jane, garçonete que nos seus 22 anos, fala cinco idiomas ocidentais e o dialeto de sua aldeia, me disse: “- Ah, esses dois cavalheiros costumam vir sempre aqui, faça chuva, faça sol; para tomar sua bebidinha, uma ‘bica’ (xícara) de café expresso, fumar charuto e jogar conversa fiada sobre automóveis”. Detalhe: um deles tem um Porsche Carrera e o outro um Audi A4, ambos conversíveis. Fazem isso há mais de dez anos. Não é um luxo?

As histórias acima mostram bem que há caminhos para todos os gostos e ambições. E ainda há muitas outras coisas para fazer. Nem sempre buscar a alternativa mais óbvia pode ser sinônimo de sucesso. Da mesma maneira que procurar soluções inusitadas. Não existem fórmulas prontas; cada um deve encontrar aquilo que é viável para si; compatível com as suas possibilidades e seus sonhos.

Tem sido muito frequente a opção pela carreira de consultor, em que se usa toda a experiência adquirida para contribuir com melhorias de performances, resoluções de problemas específicos e outros aspectos da vida das empresas. Aqui, volto ao ponto inicial do artigo: será que você realmente está preparado para a carreira solo? Dar palpite no negócio alheio sem colocar em risco seu dinheiro?

O mesmo se aplica a escolha de dar aulas. Com a proliferação dos cursos de MBA, virou moda entre os executivos sem emprego, mas com experiência, ganhar o pão de cada dia como professor, mesmo sem a necessária titulação acadêmica (são os conhecidos “profissionais professores”, em contraponto aos “professores profissionais”).

Quer mais opções? Você pode escrever um livro, atuar em ONGs, criar blogs, cuidar dos netos, escalar aquela montanha que sempre sonhou, participar de conselhos (mas, por favor, não ocupe mais do que três assentos em boards), comprar uma Harley-Davidson e se filiar a um clube de motociclistas veteranos ou até fazer aquele cruzeiro tão desejado, pelos sete mares.

Falta espaço nesse artigo para elencar a infinidade de opções. Se você tem saúde e disposição, a mensagem é: a bola está nos seus pés; agora só resta dar aquela paradinha, chutar para o gol e correr para o abraço da galera! Quer me acompanhar? Siga-me no Twitter. (www.twitter.com/juliocardozo)

Por Julio Sergio Cardozo (CEO da Julio Sergio Cardozo & Associados e professor livre docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Website: www.cardozo-group.com)

http://br.hsmglobal.com/notas/53069-no-cardapio-do-pos-carreira-você-e-quem-faz-escolha

Sustentabilidade
7 passos para um alimento melhor
UNEP divulga plano de alimentos verdes para reduzir resíduos e alimentar o planeta. Saiba mais detalhes em matéria da Agenda Sustentável.
Os líderes mundiais do Conselho de Gestão do Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas (UNEP), reunidos no Quênia, disseram que, à luz das extremas quantidades de desperdícios na produção e consumo de alimentos em todo o mundo, ajustes de ineficiências poderiam prover alimentos suficientes para alimentar a população mundial.
Além de pressões ambientais no abastecimento alimentar global, incluindo as alterações climáticas, produção de biocombustíveis e secas, os desperdícios e a ineficiência na produção de alimentos são as maiores razões para a escassez alimentar mundial, de acordo com o novo relatório divulgado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas.
O "The Environmental Food Crisis: The Environment"s Role in Averting Future Food Crises," (A crise Alimentar Ambiental: o Papel do Meio ambiente para evitar futuras crises alimentares), lançado na reunião da UNEP, no Quênia, destaca alguns dos extremos desperdícios no sistema alimentar mundial:
• Pesquisas de suporte ao relatório estimam que cerca de 30 milhões de toneladas de peixe sejam devolvidas ao mar todos os anos;
• Mais de um terço do consumo mundial de cereais são usados para alimentar animais
• O desperdício de alimentos é abundante nos países desenvolvidos: no Reino Unido, cerca de 30% de todos os alimentos comprados não são consumidos, os EUA disperdiça entre 40 e 50% de sua oferta de alimentos, e na Austrália os resíduos alimentares representam metade de todos os resíduos nos aterros.
Fazer mudanças e reduções na quantidade de alimentos desperdiçados não só pode ajudar a alimentar a população mundial hoje, mas fornecer alimentos suficientes para um crescimento esperado da população, nos próximos 40 anos.
O relatório da UNEP estabelece um plano de sete passos para atingir os objetivos de tornar mais inteligente a utilização da cadeia de alimentos e proteger a fauna e dos ecossistemas, ao mesmo tempo.
"Precisamos de uma revolução verde na economia verde, mas um com um capital G", disse Achim Steiner, Sub-Secretário-Geral da ONU e Diretor Executivo da UNEP. "Temos de lidar não só com a forma como o mundo produz alimentos, mas a forma como esse alimento é distribuído, vendido e consumido, e precisamos de uma revolução que aumente a produtividade através do trabalho com a natureza e não contra."
Entre as ações previstas no plano, há a instituição de incentivos financeiros para proteger os pobres da elevação dos preços dos alimentos, produção de biocombustíveis a partirde materiais que não concorram com a agricultura (utilizando resíduos alimentares para gerar biocombustíveis) e ajuda a agricultores para que adotem práticas agrícolas mais diversificadas e ecológicas.
Ações com efeitos de curto-prazo
1. A fim de diminuir os riscos de preços altamente voláteis, devem ser estabelecidas regras para precificação de commodities e criados mais estoques de cereais para minimizar o restrito mercado de commodities de alimentos e os consequentes riscos da especulação nos mercados. Isso inclui reorganização das infra-estruturas no mercado de alimentos e para regular os preços dos alimentos e das instituições que gerenciem os preços de alimentos e prover redes de segurança alimentar destinadas a minorar os impactos da elevação dos preços dos alimentos e a escassez de alimentos. Isto inclui transferências diretas e indiretas, como fundos mundiais de apoio a micro-financiamento para aumentar a produtividade de pequenos agricultores.
2. Estimular a remoção de subsídios e taxas protecionistas dos biodieseis de primeira geração, o que promoveria a mudança para biodieseis de geração mais elevada com base em resíduos (se este não competir com a alimentação animal), evitando assim a utilização de lavoura pelos biocombustíveis. Isto inclui a remoção de subsídios às commodities agrícolas e insumos que estão agravando da crise alimentar, e investir na mudança para sistemas alimentares sustentáveis e da eficiência energética alimentar.
Ações com efeitos de médio-prazo
3. Reduzir a utilização de cereais na alimentação de animais e peixes, desenvolvendo alternativas para a alimentação desses animais. Isto pode ser feito em uma economia "verde" de alimentos com o aumento da eficiência energética dos alimentos usando peixes de devolução, captura e reciclagem de perdas e desperdícios pós-colheita, resíduos e desenvolvimento de novas tecnologias, aumentando assim a eficiência energética dos alimentos entre 30-50% nos atuais níveis de produção. Envolve também realocação de peixes atualmente utilizados para a alimentação aquicultura diretamente ao consumo humano, sempre que possível.
4. Apoio aos agricultores no desenvolvimento de sistemas de ecoagricultura diversificados e resistentes que fornecem serviços ecossistêmicos críticos (oferta e regulação hídrica, habitat para plantas e animais selvagens, diversidade genética, polinização, controle de pragas, regulação climática), bem como a alimentação adequada para satisfazer as necessidades dos consumidores locais.
Isto inclui a gestão de precipitações extremas e utilização de culturas intercalares para minimizar a dependência de insumos externos como fertilizantes artificiais, pesticidas e irrigação com água azul e desenvolvimento, implementação e suporte de tecnologia verde também para agricultores de pequena escala.
5. Aumento das trocas comerciais e melhor acesso ao mercado podem ser alcançados pela melhoria das infraestruturas e redução de barreiras comerciais. Contudo, isto não implica uma abordagem de mercado completamente livre, uma vez que a regulamentação de preços e de subsídios governamentais é crucial rede de segurança e investimentos em produção.
O maior acesso do mercado também deve incorporar uma redução de conflitos armados e a corrupção, que tem um grande impacto sobre o comércio e a segurança alimentar.
Ações com efeitos de longo prazo
6. Limitar o aquecimento global, incluindo a promoção de sistemas ambientalmente amigáveis de produção agrícola e políticas de uso da terra em uma escala para ajudar a mitigar as alterações climáticas.
7. Aumentar a conscientização das pressões do crescente aumento da população e padrões de consumo sobre o funcionamento de ecossistemas sustentáveis.
O relatório completo está disponível para download gratuito aqui.
Fonte: Equipe Agenda Sustentável (www.agendasustentavel.com.br)
HSM Online
08 de Julho de 2009