terça-feira, 5 de maio de 2009

Gestão espiritualizada das relações organizacionais

Por Paulo Vieira de Castro*
Uma nova fraternidade no mundo dos negócios é possível se desenvolvermos uma gestão mais espiritualizada. Para isso, será necessário operar algumas transformações na liderança empresarial. A Gestão Espiritualizada das Relações Organizacionais situa-se numa dimensão para além da esfera do entendimento intelectual, aportando uma prática obrigatoriamente vivenciada ao nível das crenças, dos valores dos funcionários e do inconsciente organizacional.
Só um centro de valores firme, repartido entre os apoios comuns dos recursos humanos, da visão estratégica e das crenças derivadas de uma adição onde o resultado é maior que a soma das partes (inconsciente organizacional), permite compreender estatura da proposta que trago.
O processo de decisão no marketing de proximidade real  - dharma marketing - traz uma nova linha de horizonte para os seres humanos em contexto empresarial, uma nova percepção que permite olhar para além das aparências, dos sentidos ordinários. 
 
A gestão de um inconsciente organizacional, o centro nas referências interiores, a visão estratégica dos lideres organizacionais, quando associados a uma disciplina ética firme, permitirão pensar que  um novo mundo para os negócios é possível.

Gestão espiritualizada das relações organizacionais

A proposta em mãos é mais uma possibilidade de caminho, onde o marketing de proximidade real - dharma marketing - se reafirma como o mais  elevado patamar do marketing relacional, este vem sendo já chamado por muitos de “Quarta Vaga do Marketing de Relacionamentos”.

Uma liderança espiritualizada permite a total sintonia entre os valores estratégicos da empresa representada e o nosso próprio centro de valores, só assim o compromisso será incondicional e inegociável. Lembro que Nietzsche afirmou que quem tem por que morrer pode suportar qualquer como. Só um compromisso maior, acima de todas as questões mundanas, perecíveis, poderá justificar uma liderança robusta centrada na responsabilidade espiritual.

A espiritualidade será, quanto a mim, o principal benefício, o mais importante ponto de medida de sucesso empresarial no futuro, consequentemente todos os públicos relacionais terão a ganhar com a sincronicidade  trazida para a relação.

O principal ativo das empresas, nos dias que correm, é o talento, o espírito intuitivo e livre, aquele que consegue imaginar para além da consciência ordinária do ser humano.

Gestão espiritualizada das relações organizacionais

Alguns exemplos práticos de espiritualidade no seio das organizações serão a gestão ao serviço inspirada pela gratidão; um elevado grau de consciência de si mesmo; a aproximação ao Eu mais profundo; o uso e a transcendência das dificuldades; o ser espiritualmente inteligente; o aceitar a incerteza como princípio da inspiração criadora; a espontaneidade profunda e responsável; o activismo comunitário, etc.

Os exemplos de relações de baixa espiritualidade são mais fáceis de diagnosticar; pessoas sem alegria, desmotivadas, insatisfeitas, reclamantes, isto ao contrário das relações espiritualizadas onde as pessoas vêem para além das dificuldades, utilizando formas criativas, solidárias, bem humoradas, tendo orgulho no que fazem, possibilitando o crescimento, o desenvolvimento e a interdependência.

Estas propostas reflectem-se na busca do entendimento pacificador, profundo de sentido na transformação pessoal e, consequentemente, no inconsciente organizacional.

Formação dedicada ao inconsciente organizacional
A espiritualidade autoriza o reformar de velhas competências - simplesmente - na forma como estas deverão ser operacionalizadas, permitindo um profundo alinhamento de estratégias entre os valores pessoais e dos da organização. Este efeito introduz-nos, complementarmente,  num ambiente de elevada proximidade e confiança, garantindo relações mais amplas, transparentes, e consequentemente de maior prazo.

A relação de proximidade entre o indivíduo e a auto-realização revela a sua espiritualidade. Relembro que para a requalificação dos nossos recursos humanos necessitamos complementar os planos de formação das organizações abrigados por curricular que estejam muito para além do discurso; ou seja mind-sets.

Gestão espiritualizada das relações organizacionais

A formação com vista no inconsciente organizacional é complementar de todas as formas convencionais de ensino. A importância da formação baseada no conhecimento é marcante, contudo terá que ser acompanhada com o desenvolvimento da auto-realização e cuja dimensão mais intima é a espiritualidade. O conhecimento pode-se conseguir através da prática discursiva, da leitura, através da linguagem sempre encandora,  enquanto os mind-sets  são a ferramenta ideal para ultrapassar as barreiras da erudição, do auto-conhecimento, atingindo a experimentação do que é ser – verdadeiramente – humano: a auto-realização.

Para que tudo isto seja possível deveremos conciliar a nossa vocação pelo serviço e as componentes visionárias da organização, em especial no tocante ao inconsciente organizacional. Só assim poderemos alinhar o querer individual com a motivação de um colectivo. Mas, mesmo nas organizações, a transformação será sempre pessoal, mas lembre-se a revolução é que é colectiva. Tudo depende afinal só de si.

* Paulo Vieira de Castro é mentor do modelo “Marketing de Proximidade Real”, consultor de empresas, Diretor do Centro de Estudos Aplicados em Marketing do Instituto Superior de Administração e Gestão do  Porto – Portugal. E-mail geral@paulovieiradecastro.com

Mundo do Marketing: Publicado em 29/04/2009

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