sábado, 25 de abril de 2009

Relaxamento e meditação

Aurea Magalhães a
Viver em um mundo globalizado e conseguir um bom nível de qualidade de vida é um desafio e tanto nos dias de hoje. O ser humano vive um momento de extrema pressão em todos os sentidos, buscando ter tempo para mil coisas ao mesmo tempo. Lutamos para ter uma carreira de sucesso, para apresentarmos resultados cada vez melhores, para nos mantermos informados, para ter condições de dar atenção à família, para cuidar de nossa saúde sem descuidar da alimentação e prática de exercícios físicos, para ter vida social e religiosa etc.
É interessante observarmos como a evolução da tecnologia – que tanto facilitou e continua facilitando a nossa vida – ao invés de nos favorecer, aumentando o nosso tempo livre, parece ter contribuído exatamente para que o contrário acontecesse: não temos tempo para nada. A velocidade da informação, o mundo globalizado, a necessidade crescente de especialização e qualidade em tudo nos sobrecarrega, afetando diretamente a nossa qualidade de vida.Diante desse cenário é comum vermos as pessoas sofrendo das mais diversas formas, pois esse ritmo alucinante gera um estresse insuportável. Principalmente quando não se reserva tempo para relaxar um pouco, criando uma válvula de escape que nos possibilite reencontrar o equilíbrio. O corpo começa a sinalizar com alguns sintomas que indicam que algo não vai bem. Porém, a maioria das pessoas não dá atenção a esses sinais e segue adiante, no mesmo ritmo. No máximo, o que se faz é buscar um paliativo, tomando alguma medicação para tratar o sintoma, sem buscar nem tratar a causa real do problema.A adrenalina e o cortisol, hormônios do estresse, transformam-se em verdadeiros venenos para o nosso organismo. A sobrecarga do cotidiano gera emoções que interferem em nosso sistema imunológico, tornando-nos alvos fáceis para diversos tipos de vírus, que vão enfraquecendo nossa saúde.Geralmente quando se fala em técnicas como relaxamento e meditação, boa parte das pessoas reage demonstrando certo descrédito. Isto porque à primeira vista pode parecer algo meio místico, sem comprovação científica, que deve fazer parte apenas do mundo de monges e religiosos que têm tempo de sobra para isso.É uma pena que exista ainda esse tipo de crença, pois na realidade ter tempo para essa ou qualquer outra atividade tem a ver com disciplina, que depende única e exclusivamente da nossa vontade. Sem contar com o fato de que já foi o tempo em que meditação não merecia crédito. Tanto isso é verdade que, nos Estados Unidos, empresas de assistência médica concedem desconto nos planos de saúde para os praticantes de meditação, pois está comprovado estatisticamente que quem adota essa prática necessita menos de cuidados médicos. Segundo o Dr. Herbert Benson, da Universidade de Harvard, 60% das consultas médicas poderiam ser evitadas se as pessoas soubessem usar a mente para combater as tensões.Estabelecer uma rotina onde se reserve alguns minutos para esse tipo de atividade não é um bicho-de-sete-cabeças. Alguns até dizem: “levantar mais cedo do que já levanto para meditar? Nem pensar”. E o intrigante é que uma das primeiras coisas que percebemos ao iniciar a meditação é que precisamos de menos horas de sono, já que a qualidade das horas que dormimos melhora sobremaneira. Isso mesmo: estressados nós dormimos mal e, por isso, precisamos ficar mais tempo na cama e ainda acordamos cansados e indispostos.O que conta aqui não é quantidade e sim, qualidade. Além disso, durante a meditação nosso cérebro atinge uma faixa de freqüência que corresponde a que chegamos na fase do sono profundo, reparando nossas energias. Meditar leva a mente a relaxar e, como conseqüência, o corpo também se acalma, e a homeostase (mecanismo auto-regulador do organismo), pode recobrar sua a autoridade sobre os processos biológicos.Um estudo de King e D’Cruz, realizado em 2002, mostra que a Meditação traz melhorias fisiológicas e psicológicas ao organismo, tais como: redução da hipertensão e colesterol; diminuição da insônia; aumento do nível de serotonina (substância que nos traz bem estar); redução da ativação do sistema nervoso simpático; aumento da longevidade; redução da ansiedade, depressão e estresse pós-traumático; melhoria da inteligência e funções cognitivas, bem como da auto-estima.Mas, afinal, o que vem a ser meditar? A princípio, meditar pode ser entendido como esvaziar a mente de pensamentos dispersivos. Não é refletir, mas silenciar a mente. Pensar sem parar, falar continuamente e ficar o tempo todo fazendo alguma coisa, produz ansiedade.Em sua recente vinda ao Brasil (Jun/08), o Dr. Amit Goswami, Ph.D. em Física Quântica, afirma que a meditação é eficaz porque reduz a mente muito ativa, auxiliando-a a relaxar, trazendo lacunas onde a cura pode acontecer. Os padrões de pensamento nos aprisionam. Quando ficamos mais lentos, permitimos que as possibilidades quânticas tornem-se pensamentos. Assim, a vitalidade é aumentada.Meditar é focar a mente, deixar as preocupações de lado, viver o aqui e o agora, passando a agir como um observador de si mesmo no dia-a-dia. O exercício da meditação leva ao equilíbrio interior que se reflete na saúde como um todo, favorecendo a descoberta do prazer da vida nas coisas mais simples que ela tem a nos oferecer. Trata-se de uma prática bastante simples, sem efeitos colaterais e de baixíssimo custo em sua aplicação.Um grande número de empresas já vem utilizando essa técnica como forma de gerenciar o estresse de seus colaboradores, melhorando a qualidade de vida, aumentando a produtividade e tornando mais saudável o clima interno.

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