sexta-feira, 1 de maio de 2009

Entendendo o Estresse

Existe uma certeza no mundo de hoje: a mudança constante, gerando crises e oportunidades. Surgem e desaparecem novos projetos, idéias e cargos. Qual influência este cenário exerce em nossas vidas? Mais uma certeza: o estresse.
O estresse e a depressão são atualmente um dos principais problemas de saúde no trabalho, sendo considerados fatores de risco para o desenvolvimento de doenças como hipertensão, infarto, derrame e até mesmo o câncer.
Definição de estresse
Dr. Hans Selye, o pai da teoria do estresse, o define como “uma reação automática, não específica, do corpo a qualquer demanda, podendo ser um desafio ou qualquer tipo de mudança que requer uma adaptação."
Está sempre presente em determinado nível e o denominador comum é a forma de reação, uma espécie de ativação ou aceleração.
O estresse pode ser positivo ou negativo, depende da situação, intensidade e duração. O bom estresse (eustresse) nos ajuda a desempenhar melhor e nos dá uma sensação de bem estar. Já o mau estresse (distresse) nos afeta negativamente, gerando diversas manifestações, dependendo de predisposições individuais e história de vida..
O modelo interativo ou ecológico de estresse explica porque situações estressantes para um indivíduo não são para outro.
O estresse ocorre quando as mudanças, exigências ou agressões da vida (fatores estressores) não se ajustam as necessidades, expectativas ou capacidades do indivíduo (fatores individuais ou moderadores).
Fatores estressores
Físicos: ruído, iluminação excessiva, calor, ambientes confinados.
Sociais (interação com pessoas): hostilidade (cinismo, arrogância e agressividade)
Organizacionais
Clima organizacional
Funções laborais
Relações interpessoais
Desenho e conteúdo das tarefas
Sobrecarga quantitativa (alta demanda)
Insuficiente carga qualitativa (baixa demanda)
Conflito de papéis
Falta de controle sobre a situação pessoal
Falta de apoio social no trabalho
Específicos
Tecnologia de produção em série
Processos de trabalho muito automatizados
Trabalho em turnos (plantões)
Eventos importantes de vida: problemas de saúde, mudanças no trabalho (ex. perda de emprego, promoção), mudanças na família (ex. morte de um parente, nascimento de filho), mudanças pessoais (ex. decisões importantes, novos relacionamentos), problemas financeiros
Fatores individuais ou moderadores
Estilo de vida saudável: atividade física regular, sono adequado, boa alimentação, não fumar, usar o álcool com moderação, tempo para lazer.
Lócus de controle interno: responsabilidade pelos próprios atos.
Suporte social e rede de relacionamentos.
Boa auto-estima.
Competências relacionadas à inteligência emocional, como autoconsciência, autocontrole, motivação, otimismo, empatia, perseverança e liderança.
Manifestações do estresse
As manifestações do estresse são numerosas e variadas, podendo ser divididas em quatro categorias.
Físicas: fatiga, cefaléia, insônia, dores musculares (especialmente na nuca, ombros e região lombar), palpitações, dores no peito, cólicas abdominais, náusea, tremores, extremidades frias, vermelhidão, sudorese, resfriados freqüentes, doenças de pele, distúrbios imunológicos, distúrbios músculo-esqueléticos, doenças cardiovasculares, câncer, etc.
Cognitivas: diminuição da atenção (concentração) e memória, indecisão, confusão, etc.
Emocionais: ansiedade, depressão, raiva, frustração, preocupação, medo, irritabilidade, impaciência, etc.
Comportamentais: pressa, inquietude, compulsão alimentar, tabagismo, alcoolismo, dependência química, violência etc.
O estresse também tem um impacto na produtividade, já que está associado ao absenteísmo por problemas de saúde, ao baixo presenteísmo pela diminuição da capacidade de se concentrar em tarefas, a piora do clima organizacional e das relações interpessoais.
Os gastos com assistência médica são em média 50% maiores com trabalhadores que relatam alto nível de estresse (Journal of Occupational and Environmental Medicine).
Fisiologia do estresse
O estresse é um processo psico-neuro-endócrino, regida pelo sistema límbico (área antiga do cérebro) e pelo sistema nervoso autônomo (SNA). O SNA é divido em sistema nervoso simpático (SNS) e para-simpático (SNP).
O SNS inicia a resposta de “luta ou fuga” e o SNP retorna ao estado de homeostasia (equilíbrio) corporal e emocional para regeneração e relaxamento.
O SNA é influenciado pelo hipotálamo (parte do sistema límbico) que faz a ponte entre o sistema nervoso e o sistema endócrino. O hipotálamo estimula a hipófise a qual estimula as glândulas adrenais a liberar os hormônios do estresse (adrenalina, noradrenalina e cortisol) na corrente sangüínea, resultando em várias mudanças fisiológicas, tais como:
aumento da freqüência cardíaca e pressão arterial (levando mais sangue para os músculos, cérebro e coração)
aumento da freqüência respiratória e dilatação das vias aéreas (para aumentar a oxigenação)
maior tensão nos músculos (preparação para a ação)
aumento da atenção e sensibilidade dos órgãos de sentido (para avaliar melhor a situação e agir rapidamente)
aumento de fluxo sangüíneo para o cérebro, coração e músculos (órgãos mais importantes para lidar com o perigo)
aumento da glicose, lipídeos e colesterol (para energia extra)
aumento das plaquetas e fatores de coagulação (para prevenir hemorragia em caso de lesão)
diminuição de sangue para a pele, trato digestivo, rins e fígado (menos importantes em momentos de crise)
diminuição da atividade do sistema imune
diminuição da função reprodutiva
Gerenciamento do estresse
Há portanto 2 linhas de atuação complementares no gerenciamento do estresse: a redução dos fatores estressores e o desenvolvimento de fatores moderadores, que fortalecem o indivíduo.
O Programa LifeSkills reune um conjunto de estratégias efetivas de prevenção e gestão do estresse, que objetivam o fortalecimento e empowerment (empoderamento) dos indivíduos.
Mais informações:

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